"Memórias" A terra tem que ser preparada. Não é? É lavrada. Leva estrume, adubo... E depois, semeia-se então o linho. É regado. A seguir cresce... é regado. A erva que aparecer é tirada. Chama-se a monda. Tem que ser mondado, tirada aquela ervinha toda. E o linho então vais crescendo até ficar adulto, E fica como um caule fininho, Mas cheio por dentro de... Uma fibrazinha que é muito resistente. Fininha. E depois essa fibra, Depois do linho maçado, pega-se na planta, Maça-se com uma maça. Depois
o caule, pronto, é maçado com isto, E saem uns fiozinhos de dentro. Fininhos. Que depois de fiados, Dão uma linha. Que é esta linha com que nós tecemos. Depois de sair do caule do linho, Ainda é então maçada... Espadanada. É posto ao sol para ficar quentinho. E só com isto, com esta espadana, é que sai aquelas casquinhas todas. Pronto, depois de então... preparadinho assim. É posto numa roca. Depois de fiado, metem-se numas panelas de ferro grandes. Com água e são cozidas durante umas poucas de
horas. E nessas panelas ainda misturam umas ervas. Depois de cozido é lavado. Vai para o rio ou para uma água corrente. Tem que ser em água corrente. É lavadinho e fica uma meada. Limpinha. Bonita. E é com isto que a gente... Põe ali. E começa a aparecer o pano. Reparem, quem fia tem uma habilidade extraordinária. Olhem eu já experimentei uma quantidade de vezes. Deixo cair o fuso. Não consigo fiar como deve de ser. E era assim que as nossas avós antigamente, Passavam os serões delas, imaginem.
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